PERFORMANCE
POÉTICA - HOMENAGEM A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
“A FADA SOPHIA - fantasia poética
sobre a vida, os sonhos e os poemas da fada que nos alimenta a alma” por Paulo
Condessa
Uma intervenção poética simples e intimista,
acompanhada pelo envolvente som de taças tibetanas, com leituras sensíveis e
irrequietas reflexões sobre a mulher e a obra que marcou o imaginário
colectivo português do século XX.
Algures entre o sonho e a realidade, a prosa dos dias e a música
subtil do pensamento poético, uma viagem profunda e lúdica ao oceano da
fada que se manteve fiel ao seu fresco olhar de menina e para
sempre adormeceu, junto à cabeceira da nossa eterna juventude.
Público-Alvo:
Público em geral
Local:
Paços da Cultura
Quem
é Paulo Condessa?
Participou
na 1ª edição do Festival de Poesia à Mesa, em 2003. Interrompeu a sua participação durante
alguns anos, mas em 2016 passa a ser o Comissário deste Festival com José Fanha.
Define-se
a ele próprio e ao seu trabalho assim:
"A Escrita e a Leitura são os escafandros para mergulhar em
nós.
Trabalho sozinho e em grupo, exploro menos significados, mais
sentidos. Crio espectáculos e oficinas, recheados com sinestesias e outras
delícias literais. Escrevo como quem desenha um mapa, leio como quem desmonta
um brinquedo. E aproximo-me do tesouro: nós!, sempre nós. A nossa alma de
meninos e a nossa madura capacidade de reescrever o Passado, desembrulhando o
Presente.
Não comecei por aqui: tive a cabeça e o coração num sítio
diferente. Inundei-me em Ciências da Comunicação; Marketing; Publicidade; e
algumas coisas boas ficaram dessa vida intensa vivida ao segundo. Mas andava um
pouco por fora e vi-me obrigado a descobrir cá dentro aquilo que sou
quando me dou inteiro ao mundo.
Agora cozinho tudo no mesmo bolo, arte, ciência, filosofia,
terapia, religião, economia, acreditando que um dia não haverá seres
humanos separados, fatia por fatia.
Dia a dia, sigo o rasto da fada transparente que abria a boca
fininha e dizia soprando pelo buraco da fechadura: ”a poesia nasce na raíz
da vida e desagua nas folhas da literatura”
"Hoje,
a minha vida são pessoas. São sensações. Através da escrita e da leitura
mergulho na profunda humanidade dos seres. Eu e os Outros. Os Outros e Eu. Nós.
E a Natureza a sorrir ao fundo, como um pai que observa o filho enquanto
brinca.
Uma fada, uma minhoca, um astronauta, um médico, muita tinta
que pinta lá dentro onde somos tudo isso e ainda
O Feiticeiro de Oz.
Não
trabalho com significados, trabalho com sentidos. Sentir, exprimir.
Invento espectáculos, invento oficinas. Vou a espectáculos, vou a oficinas.
Para
mim, a escrita é um mapa. A leitura é um mapa. Não é o tesouro.
O tesouro somos nós, a nossa alma de meninos ainda traquinas
a nossa madura capacidade de entrega
à mãe das almas do mundo.
Trabalho
sempre no Presente porque, no fundo, o Presente é um Presente.
Não
comecei por aqui. Comecei lá longe, com a cabeça e o coração num sítio
diferente.
Ciências da Comunicação. Marketing. Publicidade. Vida intensa vivida ao
segundo.
Mas
talvez… um tudo nada ausente…
talvez… andasse por fora e me visse agora obrigado a olhar para dentro
daquilo que sou; agora e quando
me dou inteiro ao mundo.
Misturo
tudo; arte, ciência, filosofia, terapia, religião, economia e um dia não haverá
um Ser Humano separado fatia por fatia. Já sinto o bolo de luz inteiro como um
ovo,
o novo resplandescente Mundo Novo. Por isso sigo
o rasto da fada transparente que abria a boca fininha
e soprava pelo buraco da fechadura
a poesia nasce na raíz da vida e desagua
nas folhas da literatura."