quarta-feira, 20 de novembro de 2019

JOSÉ MÁRIO BRANCO (1947-2019)

Sentida homenagem a José Mário Branco,  poeta, escritor, compositor, cantautor e produtor que faleceu ontem.

A Biblioteca Municipal, já tem disponível na sua vitrine de destaques alguns dos seus cd's, para que todos possam desfrutar do legado deste marcante artista da música portuguesa do séculos XX e XXI.

José Mário Branco era natural do Porto, foi homenageado na Feira do Livro da sua cidade, no ano passado e passou a ter uma tília em sua homenagem no Palácio de Cristal, à semelhança de Agustina Bessa-Luís, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio e Sophia de Mello Breyner Andresen.






Emigrantes da quarta dimensão

Dá-me uma ajuda, ó médico das almas
Para escolher em que combate combater
Quem condeno eu à vida 
Quem condeno eu à morte
Que me podes tu dizer

Encostado à árvore do tempo
Folhas vivas, folhas mortas, estações
Nada disto faz sentido 
E o sentido do sentido não paga as refeições 

Este torpor só tem uma solução 
Sejamos deuses, é meter as mãos à obra 
E no fazendo acontecendo 
Deixar ir o coração 
Que é o que nos sobra 

Ao fazer-se o mundo nasce de si próprio 
Ser avô é uma alegria atravessada
Dá para rir e p'ra chorar 
Não temos nada com isso 
E nada não é nada






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terça-feira, 19 de novembro de 2019

" A FADA SOPHIA" POR PAULO CONDESSA | 26 NOVEMBRO | 21H30 | PAÇOS DA CULTURA |





PERFORMANCE POÉTICA - HOMENAGEM A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
 
“A FADA SOPHIA  -  fantasia poética sobre a vida, os sonhos e os poemas da fada que nos alimenta a alma” por Paulo Condessa
Uma intervenção poética simples e intimista, acompanhada pelo envolvente som de taças tibetanas, com leituras sensíveis e irrequietas reflexões sobre a mulher e a obra que marcou o imaginário colectivo português do século XX. 
Algures entre o sonho e a realidade, a prosa dos dias e a música subtil do pensamento poético,  uma viagem profunda e lúdica ao oceano da fada que se manteve  fiel ao seu fresco olhar de  menina e para sempre adormeceu, junto à cabeceira da nossa eterna juventude.
Público-Alvo: Público em geral
Local: Paços da Cultura  
Quem é Paulo Condessa?
Participou na 1ª edição do Festival de Poesia à Mesa, em 2003. Interrompeu a sua participação durante alguns anos, mas em 2016 passa a ser o Comissário deste Festival com José Fanha.
Define-se a ele próprio e ao seu trabalho assim:


"A Escrita e a Leitura são os escafandros para mergulhar em nós.
Trabalho sozinho e em grupo, exploro menos significados, mais sentidos. Crio espectáculos e oficinas, recheados com sinestesias e outras delícias literais. Escrevo como quem desenha um mapa, leio como quem desmonta um brinquedo. E aproximo-me do tesouro: nós!, sempre nós.  A nossa alma de meninos e a nossa madura capacidade de reescrever o Passado, desembrulhando o Presente. 
Não comecei por aqui: tive a cabeça e o coração num sítio diferente. Inundei-me em Ciências da Comunicação; Marketing; Publicidade; e algumas coisas boas ficaram dessa vida intensa vivida ao segundo. Mas andava um pouco por fora e vi-me obrigado a descobrir cá dentro  aquilo que sou quando me dou inteiro ao mundo.
Agora cozinho tudo no mesmo bolo, arte, ciência, filosofia, terapia, religião, economia, acreditando que um dia não haverá seres humanos separados, fatia por fatia.
Dia a dia, sigo o rasto da fada transparente que abria a boca fininha e dizia soprando pelo buraco da fechadura: ”a poesia nasce na raíz da vida e desagua nas folhas da literatura” 
"Hoje, a minha vida são pessoas. São sensações. Através da escrita e da leitura mergulho na profunda humanidade dos seres. Eu e os Outros. Os Outros e Eu. Nós.
E a Natureza a sorrir ao fundo, como um pai que observa o filho enquanto brinca.
Uma fada, uma minhoca, um astronauta, um médico, muita tinta
que pinta lá dentro onde somos tudo isso e ainda
O Feiticeiro de Oz.
Não trabalho com significados, trabalho com sentidos. Sentir, exprimir.
Invento espectáculos, invento oficinas. Vou a espectáculos, vou a oficinas.
Para mim, a escrita é um mapa. A leitura é um mapa. Não é o tesouro.
O tesouro somos nós, a nossa alma de meninos ainda traquinas
a nossa madura capacidade de entrega
à mãe das almas do mundo.
Trabalho sempre no Presente porque, no fundo, o Presente é um Presente.
Não comecei por aqui. Comecei lá longe, com a cabeça e o coração num sítio diferente.
Ciências da Comunicação. Marketing. Publicidade. Vida intensa vivida ao segundo.
Mas talvez… um tudo nada ausente…
talvez… andasse por fora e me visse agora obrigado a olhar para dentro
daquilo que sou; agora e quando
me dou inteiro ao mundo.
Misturo tudo; arte, ciência, filosofia, terapia, religião, economia e um dia não haverá um Ser Humano separado fatia por fatia. Já sinto o bolo de luz inteiro como um ovo,
o novo resplandescente Mundo Novo. Por isso sigo
o rasto da fada transparente que abria a boca fininha
e soprava pelo buraco da fechadura
a poesia nasce na raíz da vida e desagua
nas folhas da literatura."

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

"QUANDO" DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN - 6 NOVEMBRO 1919

Para assinalar o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, a 6 de novembro, no Porto, a Biblioteca oferece durante todo o dia de hoje, alguns dos seus poemas impressos e um marcador de livros a todos os leitores que nos visitarem.

Além da exposição bibliográfica que está patente durante o mês de novembro, na receção da biblioteca, decorrerá também nos Paços da Cultura a performance poética "A fada Sophia" por Paulo Condessa, no dia 26 de novembro, pelas 21h30.

Com estas iniciativas a Biblioteca Municipal pretende homenagear e promover a leitura do legado de uma das poetisas portuguesas mais importantes do século XX e dar a conhecer a sua diversificada e monumental obra literária.