terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O MAIOR POEMA DA CIDADE

O MAIOR POEMA DA CIDADE

Organização Associação Cultural Teia dos Sentidos

Tema para 2012: CIDADE POÉTICA – S. João da Madeira.



“O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa lêem apenas uma página.”

Santo Agostinho de Hipona

Sejam originais, soltem o dom poético que vive dentro de vós. Sejam os oleiros da poesia, que com a argila das palavras moldam sílabas, fabricam versos e fantasias.

Nesta terceira edição d’ “O maior poema da cidade”, a Teia dos Sentidos volta a desafiar, todos os indivíduos que de algum modo estejam ligados a S. João da Madeira, a escrever alguns versos, desta vez, sobre S. João da Madeira, a Cidade da Poesia à Mesa, que comemora este ano, a 10ª edição.

 Os trabalhos serão publicados no blog e no Facebook da Teia dos Sentidos e ficarão em exposição na Biblioteca Municipal sanjoanense de 17 a 24 de Março.

 A minha Cidade – S. João da Madeira é o tema deste ano. A abordagem é livre e não é obrigatória a rima, mas o texto tem que ser poético.

 Os trabalhos devem ser enviados até ao dia 29 de Fevereiro por e-mail, para o endereço eletrónico teiadossentidos.geral@gmail.com, ou por carta, para a morada Rua Santa Cruz nº 151 Fração “E” – 700-258 S. João da Madeira.

 Podem participar todos os cidadãos, sendo apenas necessário que tenham algum tipo de ligação a S. João da Madeira (através da naturalidade, residência, emprego, escola, etc).

Os poemas devem estar devidamente identificados com os seguintes dados do autor: nome completo, idade, profissão, nome da empresa onde trabalha ou escola que frequenta e o tipo de relação com o município sanjoanense.

 Ao participarem, os poetas estão a autorizar a Teia dos Sentidos, a Câmara Municipal de S. João da Madeira a utilizar e publicar os trabalhos para a realização desta exposição e de outras futuras, sempre com o objetivo de promover a poesia e os autores locais.

 Se os versos não respeitarem as normas de participação, a Teia dos Sentidos arroga-se o direito de os excluir do evento.

 À medida que os versos forem chegando, a Teia dos Sentidos irá publicá-los no blog pela ordem de chegada e devidamente identificados. À semelhança dos anos anteriores o Jornal O Regional associa-se à Teia dos Sentidos publicando sempre que possível os poemas participantes deste projeto.

 Ao construir “O maior poema da cidade” vamos celebrar de uma forma original S. João da Madeira e a Poesia.

 Participe!

Mais informações consulte o blogue em teia-dos-sentidos.blogspot.com e a página do Facebook.

Com os nossos cumprimentos.

A Organização.


Alexandra Alves | Ângela Almeida

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

"Poema de los dones" de Jorge Luis Borges



Borges Recitales "Poema de los Dones", de el libro "El Hacedor", de Jorge Luis Borges.En la Memoria y la Voz Colombiana de Ana María Rivera, y la Música Original, para Piano, Clarinete y Pantágora, de Alejandro Díaz-Lamprea.
POEMA DE LOS DONES


Nadie rebaje a lágrima o reproche
esta declaración de la maestría
de Dios, que con magnífica ironía
me dio a la vez los libros y la noche.

De esta ciudad de libros hizo dueños
a unos ojos sin luz, que sólo pueden
leer en las bibliotecas de los sueños
los insensatos párrafos que ceden

las albas a su afán. En vano el día
les prodiga sus libros infinitos,
arduos como los arduos manuscritos
que perecieron en Alejandría.

De hambre y de sed (narra una historia griega)
muere un rey entre fuentes y jardines;
yo fatigo sin rumbo los confines
de esta alta y honda biblioteca ciega.

Enciclopedias, atlas, el Oriente
y el Occidente, siglos, dinastías,
símbolos, cosmos y cosmogonías
brindan los muros, pero inútilmente.

Lento en mi sombra, la penumbra hueca
exploro con el báculo indeciso,
yo, que me figuraba el Paraíso
bajo la especie de una biblioteca.

Algo, que ciertamente no se nombra
con la palabra azar, rige estas cosas;
otro ya recibió en otras borrosas
tardes los muchos libros y la sombra.

Al errar por las lentas galerías
suelo sentir con vago horror sagrado
que soy el otro, el muerto, que habrá dado
los mismos pasos en los mismos días.

¿Cuál de los dos escribe este poema
de un yo plural y de una sola sombra?
¿Qué importa la palabra que me nombra
si es indiviso y uno el anatema?

Groussac o Borges, miro este querido
mundo que se deforma y que se apaga
en una pálida ceniza vaga
que se parece al sueño y al olvido.

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 — Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.