José Gil distinguido com Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho
O livro de José Gil, Cansaço, Tédio, Desassossego
(edição Relógio d’Água, 2013) foi distinguido com o Grande Prémio de Ensaio
Eduardo Prado Coelho, promovido pela Associação Portuguesa de Escritores (APE)
e pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
A decisão, divulgada num comunicado da APE
desta segunda-feira, foi tomada por um júri constituído por António Pedro Pita,
Helena Vasconcelos e João Barrento (este tendo sido distinguido em 2011).
O prémio, no valor de 7.500 euros, vai ser
entregue ao ensaísta, em Famalicão, em data ainda a anunciar.
Cansaço, Tédio, Desassossego é um
livro composto por quatro ensaios sobre o tema dos heterónimos em Fernando Pessoa ,
um universo ficcional cujo centenário do “nascimento” foi assinalado este ano,
aquando da passagem do
“dia triunfal” de 8 de Março – relativo ao ano de 1914,
aquele que Pessoa, segundo carta enviada a Adolfo Casais Monteiro, indicou
como sendo a data precisa do nascimento dos heterónimos, através da figura de
Alberto Caeiro.
Numa
recensão crítica a Cansaço, Tédio, Desassossego publicada no
suplemento Ípsilon, o crítico e colaborador do PÚBLICO António Guerreiro
nota que, no seu livro, José Gil “vai mesmo directo à questão do que são os
heterónimos ('Qual o estatuto – ficcional, literário, ontológico – de que
gozam?'), mostrando que, em Pessoa, toda a passagem do plano da vida para o
plano da literatura supõe a noção de 'vida heteronímica', constituída por
afectos, visões, sensações, etc. E aí abre-se um vasto campo a explorar”.
No ainda curto historial do Grande Prémio
de Ensaio Eduardo Prado Coelho, que é integralmente patrocinado pela Câmara de
Famalicão, José Gil sucede a Rosa Maria Martelo, João Barrento, Manuel Gusmão e
Vítor Manuel Aguiar e Silva, os anteriores distinguidos.