Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
entra esta quarta-feira no Panteão Nacional, quando se cumprem dez anos sobre a
sua morte e se comemora o 40.º aniversário do 25 de Abril, esse “dia inicial
inteiro e limpo”, como ela própria o descreveu naquele que é provavelmente o
mais belo dos poemas dedicados à revolução dos cravos.
A ideia de trasladar os restos da escritora para o Panteão,
na Igreja de Santa Engrácia, surgiu publicamente em Novembro do ano passado com
um artigo que o escritor José Manuel dos Santos, ex-assessor cultural de Mário
Soares e Jorge Sampaio, assinou no PÚBLICO. Ainda no final de 2013, por
iniciativa dos deputados Marco Perestrello (PS) e Nuno Encarnação (PSD), a
proposta chegou ao Parlamento, onde veio a ser aprovada por unanimidade em
Fevereiro deste ano.
Ver mais em: http://www.publico.pt/n1661040
Revolução
Como casa
limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
Como chão varrido
Como porta aberta
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"