Dez anos depois de Sophia de Mello Breyner
Andresen, escritor português recebeu o Prémio Rainha Sofia de Poesia
Ibero-Americana.
O escritor Nuno Júdice recebeu, em Madrid, o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, no Palácio Real. A entrega da distinção foi feita pela rainha espanhola, na sala das Colunas.
Nuno Júdice, que acabou de publicar um novo livro de poesia,
"Navegação de acaso", é o 23.º distinguido com o galardão e o segundo
português a recebê-lo, dez anos depois de Sophia de Mello Breyner Andresen.
O prémio, atribuído pelo Património Nacional espanhol e pela
Universidade de Salamanca, tem o valor pecuniário de 42.100 euros e reconhece o
conjunto da obra poética de um autor vivo que, pelo seu valor literário,
constitua uma contribuição relevante para o património cultural partilhado pela
comunidade ibero-americana.
O júri considerou o poeta, ensaísta e ficcionista português
como autor de uma poesia "muito elaborada, de um classicismo
depurado", mas, ao mesmo tempo, com um grande compromisso com a realidade,
segundo a agência EFE.
Numa pequena entrevista publicada hoje pelo "El
País", Nuno Júdice apresenta-se como "um operário da escrita".
"Obrigo-me a escrever todos os dias. Escrever é a minha vida. Gosto de
fazê-lo, não vivo disso, mas está na minha maneira de ser", revela o escritor
de 64 anos.