terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Fado traçado" de Dina Silvério


Tracei caminhos
Entre agrestes montes.
Pisei espinhos e lama,
Mas não perdi o rumo.
Fui rosa e lírio,
Fui espiga e jasmim,
Canção e saudade,
Oceano sem fim.
Neste fado já traçado
Segui as aves do céu
E o sonho meu.
Rasguei as horas
Nos lençóis dos teus braços
E fui pelo mundo,
Seguindo este fado
De nunca te ter.
Por que o vento me levou
E em mim deixou
As marcas do passado.
Cantei lágrimas ao luar.
Fui louca e raínha
Fadista sem guitarra
E amor, sem amar.

in "Palavras e sentimentos"

Dina Silvério é natural de Ferragudo, Lagoa, Algarve, mas vive em S. João da Madeira há 13 anos, onde exerce a sua profissão como assistente social. Tem duas filhas e dedica-se à poesia como forma de evasão.
Tem já publicados dois livros em poesia e "Redescobrindo a minha alma" e "Palavras e sentimentos".